Semana Santa, tempo da
misericórdia do Pai, da ternura do Filho e do amor do Espírito Santo.
Esta semana chama-se Santa porque
nos introduz diretamente no mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
Cada um desses acontecimentos tem um conteúdo eminentemente profético e
salvífico.
O fiel cristão – verdadeiramente
apaixonado por Jesus Cristo – não pode deixar de acompanhar ativamente a
Liturgia da Semana Santa. Infelizmente, a maioria dos católicos tem outras
preferências na semana mais santa do ano. Não são capazes de “vigiar e orar”
uma só hora com Jesus (cf. Mc 14, 37-38).
Nós queremos acompanhar os passos
de Cristo e sentir de perto o que vai acontecer a nosso melhor Amigo e
Salvador, procurando sentir o que Jesus sentia em seu coração ao se aproximar a
Hora decisiva de glorificar o Pai. Ele viveu esses dias com mansidão e
serenidade na presença do Pai. Seu coração estava inundado por uma imensa
ternura para com todos os filhos e filhas de Deus dispersos.
Mostremo-nos, pois, solidários a
Jesus. Passemos esta última semana de sua vida terrena com Ele, num último
gesto de amor e amizade, recolhidos em oração fervorosa e contemplação
profunda, de modo que a Páscoa do Senhor seja um dia verdadeiramente “novo”
para nós.
Ao participarmos da bênção e
procissão de ramos, queremos homenagear a Cristo e proclamar publicamente a sua
Divina Realeza.
No Evangelho lido na Segunda-feira
Santa, contemplamos Maria de Betânia ungindo os pés do Mestre com o perfume do
amor e da gratidão. Na Terça-feira, Cristo revela o que se passa no coração de
Judas Iscariotes. Na Quarta-feira, Mateus relata Cristo celebrando com os
Apóstolos a festa da Páscoa judia e a traição de Judas.
Na Quinta-feira Santa, pela
manhã, é celebrada a Missa Crismal. Esta celebração, que o Bispo concelebra com
o seu presbitério e dentro da qual consagra o santo crisma e benze os óleos
usados no Batismo e na unção dos enfermos, é a manifestação da comunhão dos
presbíteros com o seu Bispo.
No período vespertino, inicia-se
o Tríduo Sacro. Com a celebração da Missa da Ceia do Senhor (cerimônia do
Lava-pés), recordamos a instituição da Eucaristia e do sacerdócio católico, bem
como o mandamento do amor com que Cristo nos amou até o fim (cf. Jo 13, 1).
A Sexta-feira Santa é o grande
dia de luto para a Igreja. Não há Santa Missa, mas celebração da Paixão do
Senhor que consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da Cruz e
sagrada Comunhão. Vivamos este dia em clima de silêncio e de extrema gratidão,
contemplando a morte de Jesus na cruz por nosso amor.
O Sábado Santo é dia de oração
silenciosa e de profunda contemplação junto ao túmulo de Jesus. São horas de
solidão e de saudade... É ocasião para acompanharmos Nossa Senhora da Soledade
e as santas mulheres junto ao túmulo de Jesus, sentindo com elas a medida do
amor que Cristo suscita nos corações que O conhecem de perto.
A Vigília Pascal, “a mãe de todas
as vigílias”, na qual a Igreja espera, velando, a Ressurreição de Cristo,
compõe-se da liturgia da Luz, da liturgia da Palavra, da liturgia Batismal e da
liturgia Eucarística.
A participação no Mistério
redentor de Cristo leva-nos a ser – no mundo descrente – testemunhas autênticas
da Ressurreição de Cristo. Não podemos retardar o anúncio da ressurreição. Que
a alegria de Cristo ressuscitado penetre nosso ser, domine nosso pensamento,
tome conta de nossos sentimentos e ações. Precisamos de gente que tenha feito
experiência da ressurreição. Existe uma única prova de que Cristo tenha
ressuscitado: que as pessoas vivam a Sua vida e se amem com o amor com que Ele
nos ama...
Guiados pela luz do círio pascal,
e ressuscitados para uma vida nova de fé, esperança e amor, sejamos testemunhas
vivas da Ressurreição do Senhor Jesus.
Que a Mãe do Ressuscitado nos
aponte o caminho para Jesus Cristo, nosso único Salvador.
Dom
Nelson Westrupp
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