domingo, 21 de outubro de 2012

Quatro novos santos para a Igreja

Papa canoniza 4 novos santos no Vaticano

Rádio Vaticano

O Papa Bento XVI presidiu, na manhã do dia 12 de Outubro de 2012, na Praça São Pedro, diante da Basílica Vaticana, uma solene celebração Eucarística de Canonização de quatro novos Santos da Igreja: Afonsa da Imaculada Conceição, no civil Ana Muttathupadathu, primeira santa indiana; Maria Bernarda Bütler, suíça, evangelizadora na Colômbia e Equador; Narcisa de Jesús Martillo Morán, equatoriana; e o sacerdote italiano, Caetano Errico.
Estavam presentes na Praça São Pedro numerosos Cardeais, Bispos e Arcebispos, muitos dos quais estão participando, nestes dias, na Sala Paulo VI, no Vaticano, do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus. Participaram da cerimônia também, milhares de fiéis, provenientes de diversos países do mundo, especialmente da Índia, Suíça, Colômbia, Equador e Itália, onde os quatro novos Santos viveram e atuaram.

Homilia

Na homilia que pronunciou em italiano, alemão, espanhol e inglês, Bento XVI recordou inicialmente os quatro novos Santos propostos, hoje, à veneração da Igreja católica. A liturgia no-los apresenta com a imagem evangélica dos convidados que tomam parte do banquete revestidos da veste nupcial. A imagem do banquete, disse o Papa, é uma imagem alegre, porque o banquete acompanha uma festa de núpcias: a Aliança de amor entre Deus e o seu Povo.
Os profetas do Antigo Testamento, explicou o Papa, orientaram constantemente a esperança do Povo de Israel para esta Aliança. Não obstante as provações e todo tipo de dificuldades, Deus jamais abandona o seu Povo. Eis porque o profeta Isaias convida à alegria: "Exultemos, alegremo-nos na sua salvação".
Referindo-se à Liturgia da Palavra de hoje, Bento XVI destacou "a fidelidade de Deus à sua promessa e o banquete nupcial", que nos faz refletir sobre a adesão humana ao convite do Senhor.
A mesma coisa acontece com o Mistério pascal: o poder do mal foi derrotado pela onipotência do amor de Deus. O Senhor ressuscitado convida todos ao banquete da alegria pascal, revestindo os comensais da veste nupcial, símbolo do dom gratuito da graça santificadora. E o Papa acrescentou: A livre adesão do homem deve, porém, responder à generosidade de Deus. Eis o caminho generoso que, justamente, percorreram aqueles que hoje veneramos como Santos. No Batismo, eles receberam a veste nupcial da graça divina, conservaram-na pura, purificaram-na e tornaram-na esplêndida em toda a sua vida, mediante os Sacramentos. Agora, eles tomam parte do banquete nupcial do Céu.
O banquete Eucarístico, disse Bento XVI, é a antecipação da festa final no Céu. O Senhor nos convida à Eucaristia, todos os dias, da qual devemos participar com a veste nupcial da sua graça. Se ela se sujar ou rasgar com o pecado, a bondade de Deus não nos rejeita nem nos abandona ao nosso destino. Pelo contrário, com o sacramento da Reconciliação, ele nos oferece a possibilidade de renovar integralmente a nossa veste nupcial necessária para a festa. E, referindo-se ao novo santo italiano, o Pontífice disse:

Caetano Errico

O ministério da Reconciliação é, portanto, sempre atual. A ele o sacerdote Caetano Errico, fundador da Congregação dos Missionários dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, se dedicou com diligência, assiduidade e paciência, sem jamais se arrepender nem se poupar. Ele se inscreve assim entre as figuras extraordinárias de presbíteros que, incansáveis, fizeram do confessionário o lugar para dispensar a misericórdia de Deus, ajudando os homens a reencontrar a si mesmos, a lutar contra o pecado e a progredir no caminho da vida espiritual.
A estrada e o confessionário foram os lugares privilegiados da ação pastoral desse novo santo italiano: a estrada lhe permitia encontrar as pessoas; o confessionário possibilitava o seu encontro com a misericórdia do Pai celeste.
Quantas feridas da alma ele sarou! Quantas pessoas ele levou a se reconciliar com Deus mediante o Sacramento do perdão! Assim, São Caetano Errico tornou-se especialista na "ciência" do perdão e a transmitiu a seus missionários.

Maria Bernarda Bütler

A seguir, expressando-se em alemão, o Santo Padre passou a falar da nova santa suíça: Maria Bernarda Bütler, nascida em Auw, no cantão suíço de Aargau, fez muito cedo a experiência de um profundo amor pelo Senhor. Este amor a levou a entrar para o convento das Irmãs Capuchinhas de Maria Auxiliadora, em Altstätten, onde fez os votos religiosos aos 21 anos. Aos 40, acolheu a vocação missionária e partiu para o Equador e, depois, para a Colômbia.
Graças à sua vida e ao seu compromisso em favor do próximo, João Paulo II a beatificou, em 29 de outubro de 1995. Sobre esta santa suíça, Bento XVI prosseguiu ainda, falando em espanhol:
Madre María Bernarda, uma figura muito recordada e querida, sobretudo, na Colômbia, entendeu profundamente que a festa que o Senhor preparou para todos os povos é representada, de modo particular, pela Eucaristia. Nela, o próprio Cristo nos recebe como amigos e se entrega na mesa do pão e da palavra, entrando em íntima comunhão com cada um de nós. Eis a fonte e o pilar da espiritualidade desta nova santa, assim como seu impulso missionário que a levou a deixar a sua pátria natal, a Suíça, para abrir-se a outros horizontes evangelizadores no Equador e Colômbia.

Afonsa da Imaculada Conceição

Dirigindo-se aos fiéis indianos, presentes na Praça São Pedro, para a Canonização da sua primeira santa, Afonsa da Imaculada Conceição, o Pontífice disse em inglês: Esta mulher excepcional, que se dedicou diariamente ao povo da Índia como verdadeira santa, estava ciente de que a Cruz é o autêntico instrumento através do qual se pode participar do banquete celeste, que o Pai lhe preparou. De fato, ela escreveu: "Estou ciente de que um dia o sofrimento terminará".

Narcisa de Jesús Martillo Morán

Enfim, falando novamente em espanhol, o Papa exaltou a figura da jovem leiga do Equador, Narcisa de Jesús Martillo Morán, que também foi escrita hoje no álbum dos Santos. Ela respondeu, com prontidão e generosidade, ao convite do Senhor para participar do seu amor:
Santa Narcisa de Jesus propõe um caminho de perfeição cristã acessível a todos os fiéis. Além de receber graças abundantes e extraordinárias, a sua existência transcorreu com grande sensibilidade, dedicando-se ao trabalho de costureira e ao apostolado como catequista.
Após ter apresentado a figura dos quatro novos Santos da Igreja, o Pontífice convidou os fiéis a seguirem seu exemplo de vida cristã e a darem graças a Deus pelo dom da santidade, que, sobretudo, hoje, resplandece com singular beleza na Igreja.