sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quando vivemos o perdão

Neste tempo quaresmal vivemos um tempo especial, tempo de conversão, penitencia, reconciliação, perdão....mas, será que realmente sabemos perdoar?
   Podemos meditar sobre o perdão em várias passagens bíblicas, mas, vamos refletir sobre duas, a primeira passagem é a do filho pródigo, diria, a do pai amoroso.
   Aquele filho que tinha tudo, família, dinheiro, conforto, mas, resolveu exigir a sua herança e sair de casa abandonando seu lar, e viver a vida mundo afora, vivendo tudo que o mundo profano lhe proporcionava de prazeres. Gastou toda a herança, ficou pobre, sem nada, passou a se alimentar da comida dos porcos.
  Quando percebeu que não lhe restava mais nada, do erro que cometeu, só havia uma única saída, voltar à casa do pai. Mas como voltar depois de tudo que havia feito?   Pensou, vou voltar como um de seus empregados, pois não era digno de ser mais um de seus filhos, e foi o que fez. Quando na sua chegada, seu pai de longe o avistara, foi correndo ao seu encontro.
  Para aquele pai, a alegria foi imensa, seu filho amado voltou, mandou fazer um banquete, preparar-lhe a melhor roupa, foi um dia de festa, não lhe perguntou nem por onde andou, nem pelo dinheiro que gastou, apenas o abraçou.
   Refletimos também a passagem da cruz, quando Jesus, entre dois ladrões, enquanto um caçoava, o outro, reconhecendo-se pecador disse – nós merecemos isso, mas Ele não fez nada, voltando-se para Jesus, falou – Senhor, lembra-te de mim quando estiveres no teu Reino? No mesmo instante Jesus respondeu – Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso. Naquele momento, o coração de Jesus se alegrou, não impôs condições, nem falou dos crimes que aquele ladrão havia cometido, apenas o acolheu.
  Perdoar, muito mais do que um gesto sagrado, é vive-lo na sua intensidade, não perdoar pela metade, mas, resgatar o amor, a amizade que havia perdido. Muitas vezes pedimos perdão, ou, perdoamos, mas, carregamos dentro de nós todo um rastro de mágoas, ressentimentos, será que realmente perdoamos?
   É evidente que em muitos casos, há marcas profundas em nosso coração, mas, quando perdoamos ou pedimos perdão, não devemos deixar que essas marcas fiquem guardadas dentro de nós, por mais difícil que seja, o próprio perdão já é uma grande arma para lutarmos contra isso. O perdão é um exercício diário em nossa vida.
   Muitas vezes magoamos pessoas queridas, pais, filhos, amigos, e criamos uma enorme barreira, e por mais que possamos evitar, transforma a nossa vida, a harmonia, a paz que havia já não se faz tão presente. Até acreditamos que o esquecimento pode curar tudo isso, mas é um engano, se não houver o perdão de fato, é um espinho que levaremos para sempre conosco.
   Quando perdoamos, podemos dizer que tudo que era velho, passou, sem barreiras, sem ressentimentos.
   Perdoar é resgatar o que de melhor Deus nos deu de presente, o amor, a amizade da família, dos amigos, de pessoas que Ele colocou ao nosso lado.

José Benedito

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