Podemos
meditar sobre o perdão em várias passagens bíblicas, mas, vamos refletir sobre
duas, a primeira passagem é a do filho pródigo, diria, a do pai amoroso.
Aquele
filho que tinha tudo, família, dinheiro, conforto, mas, resolveu exigir a sua
herança e sair de casa abandonando seu lar, e viver a vida mundo
afora, vivendo tudo que o mundo profano lhe proporcionava de prazeres. Gastou
toda a herança, ficou pobre, sem nada, passou a se alimentar da comida dos
porcos.
Quando
percebeu que não lhe restava mais nada, do erro que cometeu, só havia uma única
saída, voltar à casa do pai. Mas como voltar depois de tudo que havia feito? Pensou, vou voltar como um de seus empregados, pois não era digno de
ser mais um de seus filhos, e foi o que fez. Quando na
sua chegada, seu pai de longe o avistara, foi correndo ao seu encontro.
Para aquele
pai, a alegria foi imensa, seu filho amado voltou, mandou fazer um banquete, preparar-lhe
a melhor roupa, foi um dia de festa, não lhe perguntou nem por onde andou, nem
pelo dinheiro que gastou, apenas o abraçou.
Refletimos
também a passagem da cruz, quando Jesus, entre dois ladrões, enquanto um
caçoava, o outro, reconhecendo-se pecador disse – nós merecemos isso, mas Ele
não fez nada, voltando-se para Jesus, falou – Senhor, lembra-te de mim quando
estiveres no teu Reino? No mesmo instante Jesus respondeu – Hoje mesmo estarás
comigo no Paraíso. Naquele momento, o coração de Jesus se alegrou, não impôs
condições, nem falou dos crimes que aquele ladrão havia cometido, apenas o
acolheu.
Perdoar,
muito mais do que um gesto sagrado, é vive-lo na sua intensidade, não perdoar
pela metade, mas, resgatar o amor, a amizade que havia perdido. Muitas vezes
pedimos perdão, ou, perdoamos, mas, carregamos dentro de nós todo um rastro de
mágoas, ressentimentos, será que realmente perdoamos?
É evidente
que em muitos casos, há marcas profundas em nosso coração, mas, quando
perdoamos ou pedimos perdão, não devemos deixar que essas marcas fiquem
guardadas dentro de nós, por mais difícil que seja, o próprio perdão já é uma
grande arma para lutarmos contra isso. O perdão é um exercício diário em nossa
vida.
Muitas vezes magoamos pessoas queridas, pais,
filhos, amigos, e criamos uma enorme barreira, e por mais que possamos evitar,
transforma a nossa vida, a harmonia, a paz que havia já não se faz tão presente.
Até acreditamos que o esquecimento pode curar tudo isso, mas é um engano, se não houver o
perdão de fato, é um espinho que levaremos para sempre conosco.
Quando
perdoamos, podemos dizer que tudo que era velho, passou, sem barreiras, sem
ressentimentos.
Perdoar é
resgatar o que de melhor Deus nos deu de presente, o amor, a amizade da
família, dos amigos, de pessoas que Ele colocou ao nosso lado.
José Benedito